O jazz brasileiro é mais do que uma adaptação do gênero nascido nos Estados Unidos — é uma fusão viva de ritmos afro-brasileiros, harmonia sofisticada e improvisação livre que conquistou o mundo. Se você acha que jazz no Brasil é apenas bossa nova, prepare-se para mergulhar num universo muito mais amplo. Aqui estão 10 artistas essenciais para entender o poder criativo do jazz feito por brasileiros:
Conhecido como o “bruxo”, Hermeto é um gênio da música universal. Compositor, multi-instrumentista e improvisador incansável, sua obra mistura o jazz com folclore nordestino, ruídos do cotidiano e harmonias complexas. Hermeto não só elevou o jazz brasileiro a outro nível como também inspirou músicos do mundo inteiro.
Com formação erudita e raízes populares, Gismonti une o piano e o violão de 10 cordas com experimentações ousadas. Sua música é densa, cinematográfica e profundamente brasileira, explorando desde o choro até sonoridades indígenas e amazônicas em estrutura de jazz.
Pianista, cantora e compositora, Tânia Maria fez carreira internacional com sua mistura contagiante de samba, bossa nova, jazz e funk. Sua presença nos palcos e seu swing poderoso a tornaram referência especialmente na Europa e nos EUA.
Percussionista de renome mundial, Airto participou de grupos icônicos como Weather Report e Return to Forever. Sua abordagem percussiva trouxe a batucada brasileira para o centro das atenções do jazz mundial, sempre com muito improviso e autenticidade.
Uma das vozes mais marcantes do jazz fusion, Flora é reconhecida por sua trajetória ao lado de grandes nomes como Chick Corea e Stan Getz. Seu timbre inconfundível e influência do samba-jazz tornaram seu canto símbolo da latinidade dentro do jazz.
Pouco conhecido do grande público, Moacir foi um mestre dos arranjos e um dos pilares do samba-jazz. Radicado nos EUA, influenciou músicos como Horace Silver e teve discos cultuados por sua sofisticação harmônica e visão orquestral.
Revolucionando o bandolim, Hamilton é um virtuose que levou o choro para o jazz e vice-versa. Com técnica apurada e improvisos cheios de lirismo, ele é um dos principais nomes do jazz instrumental brasileiro contemporâneo.
Pianista, arranjador e produtor, Cesar construiu uma ponte sólida entre o jazz e a MPB. Sua parceria com Elis Regina nos anos 1970 mostrou como o jazz podia estar presente nas canções populares com sofisticação e delicadeza.
Compositor e pianista da nova geração, Mehmari transita com elegância entre o clássico, o popular e o jazz. Suas obras autorais e releituras de temas tradicionais brasileiros têm emocionado plateias e conquistado o respeito da crítica especializada.
A diva do samba-jazz. Dona de uma voz potente e suingada, Leny é considerada por muitos como a Ella Fitzgerald brasileira. Sua maneira de interpretar sambas com improvisos vocais e feeling jazzístico é inigualável.
Esses artistas mostram que o jazz, no Brasil, é feito de encontros: entre ritmos de terreiro e escalas modais, entre a síncope do samba e a liberdade da improvisação. Em estúdios, palcos e vielas, o jazz brasileiro segue sendo um espaço fértil de invenção — com identidade, alma e muita ginga.