Vanessa da Mata: A voz poética que resiste ao tempo e transforma a música brasileira

Com uma carreira marcada por poesia, ancestralidade e reinvenção, Vanessa da Mata se consolida como uma das vozes mais autênticas e influentes da música brasileira contemporânea.

Vanessa da Mata é um dos nomes mais marcantes da música popular brasileira contemporânea. Com sua voz suave, letras profundas e uma mistura única de MPB, reggae, pop e soul, ela construiu uma trajetória sólida, encantando gerações com canções que falam de amor, resistência, ancestralidade e cura.

Nascida em Alto Garças, no interior do Mato Grosso, Vanessa começou a carreira artística na década de 1990, mas foi em 2002, com o lançamento de seu primeiro álbum solo, que ganhou destaque nacional. Desde então, acumulou sucessos como “Ai, Ai, Ai…”, “Amado”, “Boa Sorte/Good Luck” (em parceria com Ben Harper), além de prêmios importantes e colaborações com nomes como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Emicida.

🎶 Uma artista múltipla

Vanessa da Mata se destaca por sua capacidade de unir diferentes gêneros e influências em suas obras. A musicalidade caribenha do reggae, o lirismo da MPB, a sonoridade africana e o pop romântico coexistem de forma orgânica em seus discos.

Sua formação autodidata e a convivência com povos indígenas e comunidades negras no Centro-Oeste brasileiro marcaram profundamente sua forma de enxergar o mundo e fazer arte. Isso se reflete em letras que abordam questões raciais, de gênero, ambientais e espirituais com delicadeza e força.

Além da música, Vanessa é autora do livro “A Filha das Flores”, lançado em 2013, e é uma voz ativa em pautas sociais, especialmente ligadas à mulher negra e à representatividade na cultura.

🌿 Discografia que conta histórias

Ao longo de mais de 20 anos de carreira, Vanessa lançou álbuns que se tornaram referências para a nova geração da MPB:

• Vanessa da Mata (2002) – álbum de estreia com produção de Liminha, trouxe “Não Me Deixe Só” como grande sucesso.
• Essa Boneca Tem Manual (2004) – consolidou sua carreira com hits como “Ai, Ai, Ai…”.
• Sim (2007) – incluindo a parceria internacional com Ben Harper.
• Vanessa da Mata canta Tom Jobim (2013) – um mergulho na obra do maestro soberano da Bossa Nova.
• Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina (2019) – disco mais autoral e intimista.

💫 Projetos recentes e novos rumos

Em 2024, Vanessa voltou aos palcos com a turnê “Vem Doce”, celebrando suas raízes afro-brasileiras e explorando novas sonoridades eletrônicas e percussivas. Com cenários coloridos e arranjos experimentais, a turnê tem sido elogiada por críticos e fãs em todo o país.

Ela também tem feito participações em festivais importantes, como o Coala Festival e o Rock the Mountain, e reforçado seu papel como símbolo de resistência poética e feminina dentro da música brasileira.

Além disso, Vanessa tem se dedicado a projetos audiovisuais e gravações de novos singles com artistas da cena indie e do hip hop, como Luedji Luna, Majur e Djonga.

✨ Legado e futuro

Vanessa da Mata não é apenas uma cantora — é uma contadora de histórias, uma poeta que transforma dores e afetos em arte. Sua voz segue sendo um farol de sensibilidade e autenticidade na música nacional.

Seus versos continuam ressoando como um convite à escuta, ao amor e à reconexão com as raízes do Brasil. Em tempos de superficialidade, Vanessa da Mata é profundidade.

E como diz uma de suas letras mais conhecidas:

“Boa sorte, boa sorte… que a vida nos leve para onde o coração for livre.”