Marcelo Falcão em 2025: renascença musical, superação e o coração sempre no palco

Após lesão e reviravoltas, ex-vocalista d’O Rappa vive fase intensa na carreira solo e fala com exclusividade ao Pulso Latino sobre futuro, parcerias e reconexão com as raízes

Poucos artistas brasileiros carregam tanto peso cultural, afetivo e político quanto Marcelo Falcão. Dono de uma das vozes mais inconfundíveis do país, o cantor atravessa 2025 como símbolo de resistência artística e reinvenção pessoal. Após uma lesão no joelho que o tirou temporariamente dos palcos, Falcão retorna com força total, novas colaborações e um projeto de futuro que envolve mais do que música — envolve reencontro consigo mesmo e com sua história.

Superação em cena: “Não deixei de cantar nem sentado”

Foi em maio, durante um show no Rio, que Marcelo sofreu uma lesão grave no joelho direito. Em vez de interromper a apresentação, seguiu no palco por mais de uma hora, sentado, emocionando o público com sua entrega. A lesão o obrigou a cancelar algumas datas, inclusive sua participação na Virada Cultural de São Paulo, mas o artista afirma que o episódio foi mais um impulso do que um freio.

Card para redes sociais:
“Meu corpo parou, mas minha alma não. Quando a gente vive pra música, não existe cancelamento. Existe pausa e respeito pelo processo.” — Marcelo Falcão

Parceria com Criolo e conexão com a nova geração

Um dos momentos mais marcantes de 2025 foi sua apresentação ao lado de Criolo, num encontro poderoso que uniu duas vozes urbanas com raízes profundas na periferia e na espiritualidade. O show mesclou clássicos do Rappa, músicas do álbum Viver (Mais leve que o ar) e faixas inéditas que devem compor seu próximo projeto.

“Criolo é um irmão de caminhada. A gente fala a mesma língua: dor, fé, sobrevivência e celebração.”

Entrevista exclusiva com Marcelo Falcão

Pulso Latino: Como você definiria essa fase da sua carreira?

Falcão:
É o meu momento mais honesto. Quando a gente sai de uma banda gigante como O Rappa, é fácil se perder. Mas eu me encontrei. Me reconectei com minha origem, com o reggae, com a quebrada, com minha fé. Agora é Marcelo inteiro. Sem sombra.

Pulso Latino: O que mudou desde o primeiro álbum solo até agora?

Falcão:
O primeiro disco foi libertação. O segundo, que vem aí, é reconstrução. Eu escrevi com o coração e o joelho doendo (risos). Mas tá vindo bonito, pesado e espiritual. É reggae, é Brasil, é pele, é sangue.

Pulso Latino: Existe chance de reencontro com O Rappa?

Falcão:
Eu nunca fecho portas onde já fui feliz. Mas precisa ser verdadeiro. Se for pra reencontrar, que seja com música nova, com propósito. Por enquanto, meu foco é terminar esse segundo disco e entregá-lo ao povo. Mas o coração lembra. E o tempo sabe.

Linha do Tempo Marcelo Falcão

1993 – Início nos vocais de O Rappa
2000 – Explosão nacional com Lado B Lado A
2017 – O Rappa encerra atividades
2019 – Lançamento do primeiro álbum solo: Viver (Mais leve que o ar)
2023 – Indicado como “Melhor Voz” em premiações musicais
2025 – Colabora com Criolo e prepara novo disco após lesão

Caminho solo e disco novo

Desde o fim de O Rappa, Marcelo trilha um caminho solo maduro, com letras densas, sonoridade experimental e forte base no reggae, rap e rock nacional. Seu primeiro disco solo o reposicionou como um dos grandes letristas do país. Agora, em 2025, ele se prepara para lançar seu segundo álbum, com previsão para o fim do ano.

Card para redes sociais:
“O que a gente canta hoje pode ser a força que alguém vai precisar amanhã. Música é reza também.” — Falcão

O que vem por aí

• Novo álbum solo com lançamento previsto para dezembro

• Turnê nacional retomada no segundo semestre

• Participações em festivais como João Rock, Festival de Inverno de Garanhuns e Rec-Beat

• Livro autobiográfico já em escrita, com previsão de lançamento para 2026

• Projeto acústico em estúdio com releituras de sucessos do Rappa

Conclusão

Marcelo Falcão prova, em 2025, que não é apenas um ex-integrante de uma das bandas mais importantes do Brasil — é um criador em movimento, um artista que escreve a própria história com coragem, espiritualidade e verdade.

Sua voz segue forte, seja gritada num estádio, sussurrada em um fone ou ecoando no coração de quem encontrou abrigo em suas canções. E quando Falcão canta, é como se o Brasil escutasse de novo a si mesmo.