Cantora fala sobre liberdade artística, legado com os Tribalistas e planos para novo álbum
A cantora e compositora Marisa Monte retorna aos palcos em 2025 com a turnê “Portas Abertas”, que marca um novo capítulo em sua trajetória. Com apresentações esgotadas nas principais capitais, o repertório mescla sucessos consagrados e faixas inéditas, compostas durante o período em que esteve reclusa dos palcos, entre 2020 e 2022.
Ao longo de mais de três décadas de carreira, Marisa consolidou-se como uma das vozes mais influentes da música popular brasileira. Artista de personalidade discreta e rigor artístico elevado, ela construiu um repertório que atravessa gerações, combinando elementos da música popular, samba, bossa nova e pop contemporâneo.
Como você enxerga o momento atual da sua carreira?
Sinto que estou em um ponto de liberdade total. Posso escolher o que quero cantar, onde quero me apresentar e com quem quero dividir o palco. A maturidade artística me deu autonomia para respeitar meu tempo e meus processos.
“Portas Abertas” tem uma proposta mais intimista. O que motivou essa escolha?
Durante a pandemia, percebi a força das pequenas coisas. Essa turnê nasceu desse desejo de reencontro com o essencial — com o público, com os músicos e com as canções que me acompanham há anos.
Há novas composições em desenvolvimento?
Sim. Tenho escrito bastante, inclusive com parceiros antigos como Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. Ainda não há data para lançamento, mas já estamos experimentando algumas ideias no palco.
Você sente que sua relação com o público mudou?
O público amadureceu comigo. Muitos que me acompanham desde o início agora trazem os filhos aos shows. Existe um elo afetivo que vai além da música.
Marisa Monte nasceu no Rio de Janeiro em 1967. Estudou canto lírico na Itália no final dos anos 1980, e logo depois retornou ao Brasil para iniciar uma carreira marcada pela sofisticação estética e liberdade criativa. O primeiro álbum, “MM”, foi lançado em 1989. Ao longo dos anos, consagrou parcerias com Paulinho da Viola, Nando Reis e Adriana Calcanhotto.
Com os Tribalistas — grupo formado ao lado de Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown — alcançou êxito internacional, misturando sonoridades brasileiras com influências eletrônicas e letras reflexivas. Marisa também é reconhecida por sua atuação na curadoria de projetos culturais e na preservação do patrimônio musical brasileiro.