Espiritualidade de Ancestrais: Como Jovens Latinos Estão Resgatando Práticas e Crenças Tradicionais

Fabio BenedictoCinema & TV4 meses atrás78 Visualizações

Entre velas, rezas, ervas, grafismos e cantos ancestrais, uma nova geração de jovens latinos está voltando o olhar para as raízes. Em meio a um mundo hiperconectado e globalizado, cresce o movimento que busca na espiritualidade tradicional um sentido de identidade, cura e pertencimento.

Nas favelas, nos centros urbanos, nas aldeias e nos desertos, o sagrado se reinventa com base no que sempre existiu. Jovens de diferentes origens e classes sociais estão redescobrindo saberes que por séculos foram marginalizados: rituais indígenas, medicinas naturais, religiosidade afro-latina e práticas populares que resistiram ao tempo — mesmo sob repressões históricas.

A conexão com a terra, os ciclos da natureza e os ensinamentos dos mais velhos volta a ser valorizada. No México, o uso do temazcal — uma sauna cerimonial indígena — ganhou espaço entre jovens que buscam purificação física e emocional. Na Bolívia e no Peru, o uso da coca sagrada, do ayahuasca e das oferendas à Pachamama tem sido ressignificado como ferramenta de autoconhecimento. No Brasil, o tambor de religiões de matriz africana, os benzimentos com ervas e o culto aos orixás estão sendo retomados com orgulho e consciência por jovens negros e indígenas.

A medicina ancestral, com seus chás, raízes, defumações e massagens, deixou de ser vista como alternativa e passou a ser reconhecida como um sistema de cura integral — que trata o corpo, mas também o espírito. Em bairros periféricos de Bogotá, Lima ou Salvador, ervarias e rodas de cura se multiplicam, lideradas por jovens que estudam fitoterapia, espiritualidade e cosmologias locais com seriedade e reverência.

A religiosidade popular também ganha fôlego: romarias, festas de santos, promessas e devoções a figuras sincréticas se tornaram formas de resistência cultural. O culto à Santa Muerte, os altares domésticos com velas e flores, e o uso de orações como proteção contra a violência cotidiana são expressões vivas de uma fé que nasceu no povo e permanece entre ele.

Esse resgate não é passivo. É político. É um grito silencioso contra a colonização espiritual que tentou apagar as raízes latino-americanas por séculos. Os jovens latinos estão reconstruindo suas espiritualidades com autonomia, misturando tradição e contemporaneidade, incorporando a ancestralidade ao cotidiano, às redes sociais, à arte e à própria maneira de existir no mundo.

Nessa nova onda, espiritualidade não é sinônimo de religião institucionalizada. É conexão. É cura. É identidade. É sobre olhar para trás para caminhar com mais firmeza adiante. É sobre ouvir os tambores dos que vieram antes — e fazer com que ressoem mais alto do que nunca.

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