Beleza com Raiz: Estéticas Latinas Ganham Espaço e Rompem Padrões Eurocêntricos

Fabio BenedictoCinema & TV4 meses atrás1K Visualizações

Por muito tempo, a beleza na América Latina foi medida por olhos claros, narizes finos, cabelos lisos e peles brancas. Um padrão herdado da colonização, alimentado pela mídia e reproduzido por décadas em campanhas publicitárias, novelas e passarelas. Mas agora, algo está mudando — e é profundo.

Nas ruas, nas redes sociais, nas campanhas e nas vitrines, os traços antes invisibilizados estão sendo celebrados. A estética indígena, afrodescendente e miscigenada está ganhando voz, espaço e protagonismo. A nova beleza latina tem nariz largo, cabelo crespo, pele retinta, sardas andinas, curvas reais e muita atitude.

Modelos com cabelos volumosos, traços indígenas marcantes e pele dourada por ancestralidade estão sendo escolhidos por marcas que, até ontem, ignoravam a diversidade do continente. Campanhas de beleza vêm assumindo um papel mais político, apostando em rostos que representam a maioria da população — e não apenas a elite eurodescendente.

No México, influenciadoras indígenas usam as redes para divulgar penteados tradicionais, trajes bordados e maquiagem inspirada em símbolos milenares. No Brasil, o movimento do cabelo natural virou símbolo de autoestima e resistência entre mulheres negras. Na Colômbia e no Peru, campanhas com modelos afro e indígenas vêm ganhando as ruas com mensagens que exaltam a beleza real e coletiva, não a idealizada.

Essa mudança, no entanto, não veio de cima. Foi construída por influenciadores independentes, coletivos de beleza, artistas periféricos e ativistas que, durante anos, afirmaram que não era preciso clarear a pele, alisar o cabelo ou esconder a origem para ser bonito. Foram vozes que disseram: “Somos lindos como somos” — e foram ouvidas.

A estética latina com raiz também influencia produtos e tendências: cosméticos com ingredientes naturais da floresta, paletas de maquiagem voltadas para tons de pele diversos, cuidados com o corpo que respeitam rituais ancestrais, como o uso de ervas, óleos e banhos energéticos.

As redes sociais se tornaram vitrine e palco de disputa. Em vez de seguir padrões, jovens latinos estão criando os seus. Misturam referências urbanas com tradições culturais, exploram texturas de cabelo com orgulho, usam roupas que expressam ancestralidade e falam de autoestima com política na ponta da língua.

O resultado é um novo imaginário visual para a América Latina: plural, colorido, profundo. Uma beleza que não cabe em estereótipos, mas que transborda autenticidade.

Essa revolução estética não é apenas sobre aparência. É sobre se reconhecer. É sobre ocupar o espelho. É sobre dizer que a América Latina é feita de muitos rostos — e todos eles merecem ser vistos.

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