Com apresentações de Samuel Rosa, Gloria Groove, Gabriel o Pensador e Raça Negra, o evento no Ibirapuera reforça a força da música brasileira ao unir memória e modernidade
O domingo em São Paulo foi tomado por uma vibração especial. No segundo dia do Festival Turá 2025, o público lotou o Parque do Ibirapuera para viver uma verdadeira jornada musical repleta de emoção, diversidade e encontros intergeracionais.
A proposta do Turá é clara: valorizar a pluralidade da música brasileira em todas as suas vertentes. E a entrega foi completa — do início da tarde até o cair da noite, o que se viu foi uma mistura de estilos, públicos e gerações em perfeita harmonia.
Samuel Rosa, em sua nova fase solo pós-Skank, abriu o palco principal com um show recheado de nostalgia e renovação. Clássicos como “Resposta” e “Garota Nacional” ganharam novos arranjos, mas sem perder a essência que marcou uma geração. Entre uma música e outra, o cantor conversava com o público, agradecendo pelo carinho e se emocionando ao ver famílias cantando juntas.
Logo em seguida, Gabriel o Pensador trouxe sua energia crítica e poética com letras que ainda hoje ecoam como manifestos sociais. “Até Quando?”, “Cachimbo da Paz” e “2345meia78” fizeram o público vibrar com o rap que resiste e se reinventa.
Outro momento marcante foi a participação de Saulo, que dividiu o palco com Luiz Caldas em um dueto que celebrou o axé e a música baiana. A apresentação foi um mergulho na alegria, com o público dançando sem parar sob o pôr do sol.
No palco alternativo, o grupo Samba de Dandara encantou com batuques firmes, vozes femininas e letras que falam sobre ancestralidade, orgulho e resistência — aplaudido de pé por um público visivelmente emocionado.
No encerramento, o clássico e o contemporâneo se encontraram com Raça Negra e Gloria Groove. A banda de pagode levou multidões ao coro com seus sucessos eternos, como “Cheia de Manias” e “É Tarde Demais”. Logo depois, Gloria Groove transformou o palco em um espetáculo visual e sonoro com hits que misturam pop, funk e discurso empoderado, fechando a noite com energia e brilho.
O Turá 2025 consolidou sua essência no segundo dia: um lugar onde gerações se reconhecem na música, onde pais e filhos dividem o mesmo refrão, onde jovens descobrem clássicos e veteranos se abrem ao novo. A disposição dos palcos permitiu uma circulação leve e espontânea, que estimulava a descoberta de artistas e a criação de memórias afetivas.
No gramado, amigos, casais e famílias criavam pequenos acampamentos para acompanhar os shows com calma, enquanto outros preferiam dançar perto das caixas de som. O clima era de celebração e pertencimento.
O segundo dia do Festival Turá 2025 foi mais do que uma sequência de apresentações — foi um manifesto da diversidade brasileira, da força das conexões humanas e da música como elo entre passado, presente e futuro. Com um line-up que respeita a história e abraça o contemporâneo, o festival se consolida como um dos principais eventos culturais do país.