Gloria Groove rompe fronteiras da arte e da identidade: “Sou um projeto de liberdade em movimento”

Fabio BenedictoMúsica1 mês atrás1K Visualizações

Foto: Steff / Reprodução - Instagram

A diva pop brasileira fala ao Pulso Latino sobre sua fase mais criativa, nova turnê internacional, críticas ao conservadorismo e o papel político da arte drag: “Não estou aqui pra entreter conforto. Estou aqui pra causar transformação”.


Gloria Groove: a voz, a imagem e a mensagem de uma geração

Por Pulso Latino

Vestida com um macacão prateado de corte futurista e uma maquiagem que mistura glam rock e ancestralidade afro-brasileira, Gloria Groove entra no estúdio em São Paulo com a presença de uma estrela pop global e o carisma de quem ainda carrega o menino de Vila Formosa no peito. Aos 30 anos recém-completos, a multiartista, cantora, compositora, dubladora e drag queen é hoje um dos maiores nomes da música brasileira contemporânea — e agora está pronta para conquistar o mundo.

“Tudo o que faço é para amplificar a voz de quem sempre foi silenciado. Sou artista, sou bicha, sou preta, sou da quebrada. E cada música que lanço é um manifesto”, declara Gloria, em entrevista exclusiva ao Pulso Latino.


Da periferia para o mundo

Daniel Garcia, nome civil da artista, nasceu em 1995 no bairro de Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo. Filho de uma backing vocal do Raça Negra, cresceu ouvindo samba, pagode e R&B no mesmo volume com que consumia Whitney Houston, Beyoncé, Rouge e Cassia Eller.

“A música foi meu primeiro idioma. Eu cantava antes de falar. Minha mãe me deu base, me ensinou afinar o ouvido e afinar a alma”, conta.

Foi como dublador e ator infantil que Daniel começou sua trajetória artística. Mas foi só ao se transformar em Gloria Groove, em meados de 2015, que sua carreira explodiu. “A drag nasceu como escudo e virou espada. E hoje é meu império”, afirma.


Nova era internacional: Groove Global

Depois do sucesso de álbuns como Lady Leste e Affair, Gloria Groove estreia em 2025 a turnê mundial Groove Global, que passará por 14 países da América Latina, Europa e Estados Unidos. O novo projeto une música, dança, manifesto visual e espiritualidade negra.

“Esse show é sobre pertencimento e potência. É sobre colocar a nossa estética, a nossa língua e a nossa mensagem nos grandes palcos do mundo. Cansamos de só importar referências. Agora é hora de exportar quem somos.”

A turnê conta com um novo EP, que traz faixas em espanhol e inglês, com participações de artistas como Tokischa (República Dominicana), Bad Gyal (Espanha) e Pabllo Vittar.

“Não é crossover. É expansão. É mostrar que o Brasil é plural, e a bicha preta da ZL também tem muito a ensinar pro mundo.”


Drag como ato político

Em tempos de conservadorismo, ataques à comunidade LGBTQIAPN+ e tentativas de censura, Gloria Groove reafirma que seu trabalho está longe de ser só entretenimento.

“Subir no palco como drag, preta, periférica e pop é um ato político. É dizer: eu existo, eu resisto, e eu brilho. Se minha existência incomoda, é porque estou acertando.”

Ela também critica os ataques morais disfarçados de “opinião” que artistas LGBTQIA+ enfrentam no Brasil. “Não é sobre gosto. É sobre estrutura. Existe uma máquina que tenta apagar nossos corpos. E minha arte é um tapa na engrenagem.”


Referências, ancestralidade e fé

Questionada sobre suas maiores influências, Gloria cita nomes como Elza Soares, Michael Jackson, Missy Elliott, Ney Matogrosso e Majur. Mas também fala sobre fé e espiritualidade como motores de sua arte.

“Sou filha de Iansã. Minha força vem do vento que gira, do trovão que rasga. A música é minha oferenda. E cada show é um ritual.”

Ela também comenta sobre o peso e a honra de ser referência para tantas pessoas que vivem múltiplas identidades. “Recebo mensagens de jovens que dizem que saíram do armário por minha causa, que se descobriram negras, trans, artistas. Isso é impagável. Eu não tenho fãs, tenho espelhos.”


O que vem por aí

Além da turnê internacional, Gloria Groove também prepara uma autobiografia, prevista para 2026, e um documentário com bastidores de sua carreira, já em produção com uma plataforma de streaming global.

“Quero deixar um legado de liberdade. Quero que as próximas gerações possam ser o que quiserem sem medo, sem precisar se mutilar para caber.”

E ela finaliza, com os olhos marejados e o sorriso firme:
“Gloria Groove não é só uma personagem. É um projeto de liberdade em movimento. E enquanto houver palco, haverá voz. E enquanto houver voz, haverá luta.”


Pulso Latino acompanha de perto todos os passos da era Groove Global. Fique ligado para mais entrevistas, vídeos e bastidores da diva mais visionária da música brasileira.

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